Na última RO de 2024, os membros trouxeram várias pautas de interesse do comitê. A presidente do comitê, Alba Evangelista Ramos, apresentou as atividades realizadas no segundo semestre, desde os ofícios enviados até os eventos em que ela, membros da diretoria e membros dos CBH participaram durante esse período. Como parte da proposta de trazer debates e informações relevantes durante às reuniões, foi convidado para palestrar, o geógrafo e doutor em ciências florestais, Yuri Salmona, para falar sobre como o desmatamento do cerrado deverá reduzir a vazão dos rios em até um terço.
Ele explicou o impacto hidrológico causado pelas alterações no uso do solo, especialmente para expansão do agronegócio e das mudanças climáticas. A substituição da vegetação original de cerrado para abrir espaço para pastagens, produção de grãos e urbanização geram redução na capacidade de infiltração da água para recarga de aquífero, redução da evapotranspiração, causando alterações na periodicidade de chuvas e instabilidade climática.
Yuri Salmona, que também é fundador do Instituto Cerrado, ressaltou que além do desmatamento, boa parte da água do Cerrado é utilizada para irrigação de produtos agrícolas, por meio de pivôs e lembrou que os agricultores deveriam ser os principais interessados na busca por alternativas para conter os impactos na qualidade e quantidade de água disponível.
A vice-presidente do CBH Paranaíba-DF, Anne Caroline Borges Lobo, destacou que em muitas regiões do Distrito Federal, os irrigantes são parceiros nos projetos de restauração de áreas degradadas e produção de água.
Proposta
Como forma de minimizar os prejuízos causados pela redução na vazão dos rios, ele apresentou o projeto de mapeamento de áreas prioritárias de preservação e capacidade de infiltração de água nas bacias. As Apcac - Áreas prioritárias para conservação de áreas de cerrado – seriam um instrumento para orientar os gestores no momento de restauração de áreas degradadas, de forma a priorizar espaços com maior possibilidade de infiltração. O projeto já foi apresentado ao Ministério de Meio Ambiente e tem a intenção de evoluir para uma política pública da pasta.
Aprovações
Foram também aprovadas a síntese da 58ª Reunião Extraordinária do comitê, as minutas de deliberação sobre o Plano e Agenda Anual de Atividades de 2025, Prorrogação das atividades e composição do GT Melchior e criação de Comissão de Acompanhamento da Situação Hídrica do Descoberto.
O secretário-geral do comitê, Carlo Renan Cáceres Brites, reforçou a necessidade de continuidade nos debates e mobilização sobre a situação hídrica no Distrito Federal de forma se preparar para os próximos anos: “A primeira coisa que a chuva lava é a memória da seca”.
Comunicações
O coordenador da Câmara Técnica, Mauro Felizatto, que integra a comissão de acompanhamento da revisão dos trabalhos do Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos (PGIRH) do Distrito Federal, relatou divergências nos dados apresentados pelas empresas responsáveis pelo documento, além da ausência de informações sobre os riscos e as repercussões das mudanças climáticas. A presidente do comitê sugeriu que seja marcada uma reunião entre o CBH, a Adasa, a Engecorps e Profill para diálogo sobre o Plano. Ainda sobre o PGIRH, foi reforçada a necessidade de participação de membros do CBH Maranhão-DF e CBH Preto-DF nos debates.
Posse
Durante a reunião, a representante da CEB Geração, Kelly dos Santos Penga e o representante da SLU, Wanderley das Chagas Albuquerque tomaram posse.