A 8ª reunião do Grupo de Trabalho do Rio Melchior recebeu, nesta quinta-feira (24), o superintendente de Recursos Hídricos da Adasa, Gustavo Antônio Carneiro, para esclarecer dúvidas a respeito do acompanhamento da qualidade da água, outorga, zona de mistura na região da bacia do rio Melchior, entre outros assuntos. A participação da Adasa foi muito aguardada pelo GT e o coordenador, Ricardo Minoti aproveitou para reiterar a importância da participação da agência nas reuniões do grupo.
O superintendente explicou como funciona o instrumento do enquadramento dos corpos d’água, classificados a partir a partir dos usos que se pode fazer dos corpos hídricos, e destacou sua importância diante dos demais instrumento de gestão de recursos hídricos, como a outorga e a cobrança e sua interface com os instrumentos de gestão ambiental (licenciamento, monitoramento). Um dos questionamentos do GT seria quanto a viabilidade da classificação da parte montante do Rio Melchior vir a ser classe 2 até 2030.
Aos rios que se encontram dentro de áreas urbanas, foi ressaltada a dificuldade de se fazer alguns usos, como recreação e aquicultura em função da densidade populacional.
ETE
O Distrito Federal atualmente tem uma das maiores taxas de esgoto tratado do país, além de quase 90% da população atendida pela Caesb com água tratada.
O superintendente da Adasa destacou que atualmente são 15 estações de tratamento de esgoto no Distrito Federal, quase todas com o nível de remoção de matéria orgânica acima de 90%, enquanto a média nacional fica em 60%. Para se remover os 10% restantes, além das dificuldades técnicas, seria necessário um volume de investimento muito elevado. Atualmente, apenas na região do Rio Melchior, são duas estações de tratamento de esgoto, a ETE Samambaia e ETE Melchior, tendo a última recebido recursos para obras de melhoria no tratamento de esgoto. Ele lembrou que o esgoto que cai no rio Melchior hoje é tratado, porém existe um descompasso entre a capacidade de diluição do corpo receptor e a concentração de efluentes lançados.
Sugestões
Durante a palestra, ele informou que atualmente a Eletrobrás possui recursos para investimento em projetos na área ambiental, e sugeriu que o GT se organize para formular projetos, que podem ser, por exemplo, de ação de reúso, educação ambiental, restauração, revitalização e recuperação de áreas do Melchior.
O presidente do GT Melchior, professor Ricardo Minoti reforçou a importância da Adasa estar presente nos debates do GT e também dos comitês de bacias. Ele questionou ainda sobre a viabilidade haver monitoramento da qualidade da água dos rios, criando um índice de balneabilidade para que a população possa se informar, com segurança. Ele também questionou sobre os pontos de lançamento de esgoto e as zonas de mistura no Rio.
O superintendente da Adasa, Gustavo Carneiro, sinalizou que balneabilidade seria de responsabilidade do Brasília Ambiental e com relação à zona de mistura, atualmente não estão definidos pontos específicos, mas que poderão ser estabelecidos no próximo enquadramento. Ao final da reunião ele sugeriu que o grupo foque em ações possível e viáveis, buscando identificar o que é falta de informações, o que é descaso do poder público e as parcerias para projetos de melhorias na bacia.
Após a palestra o coordenador fez um breve relato sobre a visita de campo realizada pelo GT na região da bacia, no dia 2 de outubro, para verificar a qualidade da água e alguns pontos de drenagem.
O GT aprovou ainda a síntese da 7ª reunião e tem agendada a sua última reunião de 2024 para o dia 05 de dezembro.