Em um ano de muito trabalho, o GT Melchior encerra 2025 traçando novas metas e planos para o próximo ano.
A 15ª Reunião do grupo começou as atividades aprovando a síntese da reunião anterior e o Plano e Agenda de Trabalho para 2026 e delineou cinco temas prioritários:
1. Águas parasitárias e o problema na rede de águas pluviais na região do Melchior. Sugestão para convidar Novacap, Caesb e Adasa; 2. Retorno da Câmara Legislativa ao GT, com síntese dos trabalhos e andamento da CPI do Rio Melchior; 3. Ações previstas no Plano de Bacia para a região do Melchior e sobre as atualizações do Plano de Gerenciamento Integrado de Recursos Hídricos, contando informações sobre a bacia do Melchior e melhorias previstas; 4. Convidar o Brasília Ambiental para debater e esclarecer questões sobre o licenciamento ambiental; 5. Criar em procedimentos de organização, encaminhamento e acompanhamento das denúncias feitas pelo GT Melchior aos órgãos responsáveis.


CPI Do Rio Melchior
O coordenador dos trabalhos, Ricardo Minoti, informou que a Câmara Técnica do Comitê, ao analisar as propostas de encaminhamento à CPI, sugeriu a inclusão de um item, referente ao Reúso da Água, a partir do estudo feito pelos engenheiros Mauro Felizzato e Rodrigo Werneck, para identificar o potencial de reúso de água na agricultura do Distrito Federal.
A presidente do CBH Paranaíba-DF, Alba Evangelista Ramos, lembrou que dois membros do comitê, Marcos Lara e Demetrios Christofidis são os indicados a participar da Câmara Técnica do Conselho de Meio Ambiente do Distrito Federal, que criou um grupo específico para estudar e propor regulamentação sobre o reúso de água no DF.
O representante da Rede Cidadã de Taguatinga (Recita), Igor Gonçalves, informou que os Encaminhamentos do GT à CPI do Rio Melchior foram incorporados ao relatório do deputado Iolando Souza, que deverá ser votado na Casa no dia 15 de dezembro. Ele ressaltou que a participação do coordenador, Ricardo Minoti e da presidente, Alba Evangelista Ramos, durante as reuniões da CPI foram muito importantes para qualificar o debate sobre a situação do Rio.

Urbanização desordenada
O promotor da 3ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, André Duran, participou da reunião, onde fez apontamentos importantes sobre as consequências da urbanização descontrolada para o meio ambiente. Ele ressaltou que a desordem e o caos não podem seguir gerando despesas e pautar as ações do poder público, citando como exemplo terras griladas que atropelam e desrespeitam o planejamento territorial, de infraestrutura e social. Reforçou que o direito ambiental deve ser respeitado pois conecta as dimensões sociais, ambientais e humanas e que a educação ambiental é uma estratégia importante de formação de cidadãos conscientes.

Fibra
A representante da Federação das Industria do Distrito Federal, Olívia Krohn, apresentou aos membros do GT, a área de atuação da entidade, que atualmente conta com a participação de dez sindicatos patronais, e que juntos representam 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do DF, ou R$ 8,4 bilhões anuais.
A Fibra possui vários projetos e atividades que buscam conscientizar e estimular boas práticas ambientais aos seus associados, além de promover estudos, análises e debates para subsidiar a tomada de decisão, buscando ressaltar que a água é um recurso essencial para qualquer atividade industrial.
Ela lembrou que atualmente nenhuma indústria que atua na região da bacia do Rio Melchior compõe a Federação.

Seara Alimentos
O supervisor ambiental da Seara Alimentos, Thiago Silva, esclareceu o funcionamento da cadeia produtiva da empresa, com foco na gestão ambiental voltada para o uso e impacto no rio Melchior.
A empresa capta água de nove poços artesianos, oriundos do córrego Samambaia. O recurso é utilizado para as atividades operacionais e antes de retornar ao rio Melchior passar por duas estações de tratamento de esgoto criadas dentro da empresa e compostas por um sistema de tratamento primário (físico e químico) e um sistema secundário (biológico), buscando reduzir a carga poluidora do efluente.
O supervisor informou que a Seara segue a normativa do Conama 430/2011 que dispõe sobre lançamentos de efluentes em corpos de água receptores.
Desde a aprovação da cobrança pelo uso da água, a Seara passou a pagar pela captação e lançamento da água.
PDOT
A presidente do CBH Paranaíba, Alba Evangelista Ramos, apresentou aos membros o “Manifesto pela garantia de futuro para a população do Distrito Federal”, onde aponta falhas no Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT) aprovado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. O documento final, entre outras fragilidades, desconsidera os riscos ao ciclo da água no tocante à sua produção, recarga de aquíferos e riscos de contaminação de águas subterrâneas.
“O Distrito Federal precisa de um planejamento territorial que olhe para o futuro e vá além da regularização fundiária e diretrizes vagas”, reforça o documento. Até o momento mais de 60 entidades e movimentos assinaram o manifesto. O documento completo encontra-se no site do CBH.
